Um pouco a diante Eduardo e Tiago encontraram Lucas refrescando o rego assado em um outro rio.
- Mano, aquela planta desgraçada assou meu rego inteirinho! Tava queimando tudo! - gritou ele de dentro da água.
- Que planta será que era? - perguntou Tiago ainda rindo.
- Sei lá, só sei que arde pra caramba!
Os três sentaram-se à margem do rio, agora preocupados. Lucas sentou-se com cuidado. Daqui a pouco começaria a anoitecer e o que eles menos queriam era passar a noite naquela floresta. E para piorar, nuvens negras tomaram conta do céu indicando a chegada de uma tempestade.
Não demorou muito e começou a chover. Eles então sairam em busca de um abrigo para se proteger. Logo encontraram, à beira de um morro, uma abertura para o que parecia uma pequena caverna. Não pensaram duas vezes e entraram correndo, enquanto a tempestade piorava.
O lugar estava escuro. Eduardo enfiou a mão na mochila e pegou um isqueiro. Quando o lugar se iluminou deu pra ver que era uma pequena caverna, com paredes de pedra e barro, o que lembrava uma pequena sala. Bem ao centro, Eduardo viu o que parecia ser os restos de uma fogueira.
- Olha, alguém já passou por aqui. - disse ele apontando, enquanto os outros dois olhavam para a direção indicada.
- Quem seria o doido? - respondeu Tiago.
- Vai saber! - completou Eduardo, enquanto se aproximava daqueles restos de carvão.
Eles olharam ao redor e não encontraram nenhum outro vestígio de vida. O lugar não era lá um hotel confortável, mas parecia seguro.
Logo escureceu e não tinham outra alternativa se não passar a noite ali mesmo. Com muita dificuldade Eduardo conseguiu reacender a fogueira e pelo menos agora tinham luz e onde se aquecer, pois com certeza a noite traria frio. Ele se sentou ao lado do fogo e abriu sua mochila para ver o que tinha para comer. Já estava com muita fome, porém não tinha nada além da garrafa de água pela metade.
- Alguém tem alguma coisa pra comer aí? - perguntou.
Tiago lembrou que sua mãe havia colocado uns lanches na sua mochila. Quando abriu encontrou uma garrafa de suco de cajú e quatro pãezinhos com mortadela, que eles novamente devoraram em poucos segundos.
Passaram o resto da noite à beira da fogueira rindo e contando piadas, até que adormeceram. Nem se davam conta da gravidade da situação.
Com certeza, eram uns fanfarrões.
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